A Evolução dos Padrões de Canários ao Longo dos Anos
- Rodrigo Montini
- 20 de mar.
- 3 min de leitura

A criação de canários evoluiu significativamente desde a domesticação da espécie Serinus canaria no século XV. O desenvolvimento de novas raças, cores e padrões resultou em uma diversidade impressionante, moldada por criadores ao redor do mundo. Neste artigo, exploramos as principais mudanças nos padrões dos canários ao longo dos séculos, destacando eventos, locais e raças fundamentais nesse processo.
Origens da Criação Seletiva
Os primeiros registros de domesticação do canário remontam ao século XV, quando marinheiros espanhóis trouxeram essas aves das Ilhas Canárias para a Europa. A beleza do canto e a facilidade de manejo fizeram com que rapidamente se tornassem populares entre a nobreza europeia. Inicialmente, os canários mantinham a coloração verde-acinzentada típica da espécie selvagem, mas a seleção artificial começou a modificar suas características.
Século XVII e XVIII: O Surgimento das Primeiras Raças
Por volta do século XVII, a criação seletiva começou a dar origem a variações distintas. Na Alemanha, surgiu o Harz Roller, famoso pelo canto melodioso. Na Inglaterra, os criadores desenvolveram o Norwich e o Yorkshire, enfatizando um porte mais robusto e uma plumagem densa.
Já na França, no século XVIII, surgiu o Canário de Paris, que mais tarde daria origem ao Canário Parisiense Frizado, uma das primeiras variedades frizadas conhecidas.
Século XIX: Expansão e Especialização
O século XIX marcou um período de intensa especialização. Foi nesse período que os canários começaram a ser categorizados em três grandes grupos: canários de cor, de porte e de canto.
Canários de Canto: Além do Harz Roller, surgiram o Malinois (Bélgica) e o Timbrado Espanhol, cada um com um estilo de canto distinto.
Canários de Porte: Novas raças começaram a surgir, como o Border (Inglaterra, 1800s) e o Gibber Italicus (Itália, final do século XIX).
Canários de Cor: A seleção para tonalidades começou a se intensificar, resultando no aparecimento de variantes como o amarelo intenso e o branco recessivo.
Século XX: A Revolução na Criação de Canários
O século XX trouxe avanços significativos, tanto na genética quanto na diversidade das raças. A introdução da genética do pintassilgo-da-Venezuela (Carduelis cucullata) na década de 1920 resultou nos primeiros canários vermelhos, revolucionando os padrões de cor.
Durante este século, as federações ornitológicas passaram a estabelecer padrões rigorosos para exposições e competições, consolidando critérios para cada raça.
Principais Eventos do Século XX:
1930: Primeira padronização do canário vermelho.
1950: Expansão da criação de canários frizados, como o Fiorino (Itália) e o Frizado do Norte (França).
1960-1980: Desenvolvimento de novas combinações de cores, como os lipocrômicos e melânicos.
1990: Popularização de raças como o Canário Gloster, famoso pelo topete distintivo.
Século XXI: Novas Fronteiras na Criação de Canários
Atualmente, os criadores continuam a inovar, buscando melhorar a genética, saúde e padrões estéticos dos canários. As competições internacionais são palco para a exibição das mais diversas raças, e a tecnologia auxilia na manutenção de linhagens de alto nível.
A criação de canários também se tornou mais acessível, permitindo que mais pessoas possam se envolver no hobby. O futuro da criação pode envolver ainda mais inovações genéticas, mantendo sempre o equilíbrio entre tradição e inovação.
Conclusão
A evolução dos padrões de canários ao longo dos séculos reflete a paixão e o empenho dos criadores. Desde os primeiros exemplares trazidos das Ilhas Canárias até as raças altamente especializadas de hoje, o canário se tornou uma das aves mais criadas e apreciadas no mundo. Seja pelo canto, cor ou porte, a diversidade existente continua a crescer, garantindo que a tradição da canaricultura se mantenha viva para as futuras gerações.



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