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Genética das Cores nos Canários: Como Funcionam as Heranças Lipocrômicas e Melânicas

  • Foto do escritor: Rodrigo Montini
    Rodrigo Montini
  • 31 de mar.
  • 2 min de leitura

canário belga
Canário Satine Amarelo Intenso (serinus canaria domesticus)

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A coloração dos canários é um dos principais fatores de seleção na canaricultura. Compreender a genética das cores é essencial para quem deseja aprimorar as características das aves através de acasalamentos planejados. Neste artigo, exploraremos como funcionam as heranças lipocrômicas e melânicas, bem como a transmissão dessas características.


Os Dois Grandes Grupos de Coloração dos Canários

Os canários são classificados em dois grandes grupos de coloração:

  • Lipocrômicos: Aves que apresentam coloração uniforme sem a presença de melaninas. Podem ser amarelos, brancos ou vermelhos.

  • Melânicos: Aves que possuem pigmentos escuros (melaninas) distribuídos pela plumagem. Dentro desse grupo, existem padrões como negro, ágata, isabel e marfim.


Como Funciona a Herança Genética das Cores?

A cor dos canários é determinada pela combinação de genes herdados dos pais. Existem três tipos principais de transmissão genética:

  1. Genes Dominantes: Se um canário herdar um gene dominante de um dos pais, ele expressará essa característica. Exemplo: O fator amarelo é dominante sobre o fator branco recessivo.

  2. Genes Recessivos: Para que a caracterização recessiva se manifeste, o canário precisa herdar dois genes recessivos, um de cada progenitor. Exemplo: O fator branco recessivo só aparece quando ambos os pais transmitem o gene.

  3. Genes Ligados ao Sexo: Alguns genes são transmitidos através do cromossomo sexual (Z). Como os machos possuem dois cromossomos Z (ZZ) e as fêmeas possuem um Z e um W (ZW), mutações ligadas ao sexo são passadas de maneira específica, principalmente pelos machos.


A Herança Lipocrômica

Os canários lipocrômicos são determinados por genes que eliminam ou alteram a presença das melaninas. O lipocromo pode ser amarelo, vermelho ou branco. As principais combinações genéticas incluem:

  • Fator Vermelho: Herdado do Pintassilgo-da-Venezuela (Spinus cucullata), é um gene autossômico recessivo.

  • Branco Dominante e Branco Recessivo: O branco dominante inibe a expressão do amarelo, enquanto o branco recessivo é expresso apenas quando herdado de ambos os pais.

  • Marfim: Um gene que dilui a intensidade do lipocromo, resultando em uma tonalidade mais suave.


A Herança Melânica

Nos canários melânicos, as cores são determinadas pela distribuição de melaninas:

  • Eumelanina Negra: Produz tons escuros e é responsável pelo canário negro e seus derivados.

  • Eumelanina Marrom: Forma canários isabelinos e outras variantes com tonalidades marrons.

  • Feomelanina: Influencia o tom marrom-avermelhado presente em algumas mutações.

As mutações mais comuns dentro da herança melânica incluem:

  • Negro: Maior quantidade de eumelanina negra.

  • Ágata: Redução da eumelanina negra.

  • Isabel: Redução da eumelanina marrom.

  • Pastel: Suaviza a expressão das melaninas, tornando as penas mais claras.

  • Opal: Reduz a intensidade da eumelanina e altera a tonalidade.


Como Planejar Acasalamentos para Obter Determinadas Cores

Criadores experientes utilizam o conhecimento genético para planejar acasalamentos que resultem em cores desejadas. Algumas estratégias incluem:

  • Evitar cruzamentos entre genes recessivos sem certeza da portabilidade.

  • Utilizar linhagens puras para garantir previsibilidade.

  • Atentar-se aos genes ligados ao sexo, pois influenciam a expressão da cor nos filhotes.


Conclusão

A genética das cores nos canários é um campo complexo, mas fundamental para a canaricultura. Entender os mecanismos de herança lipocrômica e melânica permite que criadores selecionem as melhores combinações para aprimorar a coloração das aves. A seleção genética consciente e bem planejada é essencial para manter e evoluir a qualidade das linhagens de canários.

 
 
 

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